A responsabilidade de todos
Voz à Saúde
2019-02-05 às 06h00
Em Portugal uma em cada mil crianças nasce com Autismo, podendo chegar a ser até quatro vezes mais comum nos meninos. Trata-se de uma perturbação do desenvolvimento que, frequentemente, se começa a manifestar nos três primeiros anos de vida da criança. As Perturbações do Espetro do Autismo, nas quais se insere o Autismo condicionam défices ao nível da comunicação e da interação social.
Comunicar e interagir socialmente com outras pessoas pode ser fonte de grande ansiedade. A criança pode manifestar falta de afetividade, dificuldade em abraçar ou em manter contacto visual, resiste a mudar rituais e apresenta atitudes repetitivas e interesses restritos, podendo, ainda, demonstrar uma intensa ligação a objetos. É comum que apresente problemas da fala e linguagem, sendo que o bebé pode nem chegar a conseguir emitir sons quando já completou os doze meses de vida. A criança com Autismo manifesta também dificuldade em fazer amizades e partilhar emoções, o que pode ser interpretado pela sociedade como uma insensibilidade face aos sentimentos dos que a rodeiam.
Não existe uma causa identificada para o aparecimento do Autismo, mas admite-se que possa resultar de uma anomalia na estrutura ou função cerebral, que possa ter também relação hereditária. Poderá, ainda, relacionar-se com o aparecimento de doenças como Esclerose Tuberosa, Rubéola Congénita ou Fenilcetonúria, bem como com problemas no decorrer da gravidez como infeções víricas, desequilíbrios do metabolismo e exposição a substâncias químicas como metais pesados. Importa salientar que, não existe evidência comprovada de que a vacinação seja causa do aparecimento da doença.
O diagnóstico do Autismo é difícil de estabelecer e não existe um exame específico. Desta forma, depende da observação do comportamento da criança, das suas competências a nível social, verbal e comportamental. Assim, é importante que esteja atento a todos os sinais e, em caso de suspeição, não hesite em contactar o seu Médico de família, ele saberá como avaliar e orientar o quadro clínico da criança. De referir que, quanto mais cedo for estabelecido o diagnóstico maior a probabilidade de melhorar a sua linguagem e comportamento.
Desde a implementação do Decreto-lei nº3/ 2008, que as crianças com necessidades educativas especiais, como no caso do Autismo, têm acesso a uma unidade de “ensino estruturado” ao nível das escolas públicas com um acompanhamento adaptado, crucial para o melhor prognóstico da doença.
Desta forma, o tratamento individualizado engloba uma equipa multidisciplinar que inclui o seu Médico de Família e as equipas de Neurologia, Pediatria, Pedopsiquiatria, Psicologia, Terapia da Fala, Terapia Ocupacional, entre outras.
Porque é possível fazer a diferença numa fase inicial da doença é importante que esteja atento e procure ajuda atempadamente.
Lembre-se, cuide de Si! Cuide da Sua saúde!
12 Março 2024
05 Março 2024
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