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Ideias

2017-03-10 às 06h00

J.A. Oliveira Rocha J.A. Oliveira Rocha

As últimas semanas estão cheias de acontecimentos, emergindo nesta teia de fatos políticos certos cromos que fazem o delírio da populaça.

Primeiro, foi Mário Centeno que depois de fazer tudo bem, espalhou-se ao tentar explicar as negociações com António Domingues que pretendia para si e para a sua equipa de gestores um estatuto que os colocava para além da lei. A oposição aproveitou esta ingenuidade para fazer barulho sobre um problema que estava resolvido.

E quando Passos cantava vitória, caiu-lhe em cima os 10 mil milhões de euros que sorrateiramente se escaparam para o Equador, sem que o seu governo desse conta, entretido como andava a espremer os funcionários e os pensionistas, esses malandros que viviam acima das suas posses.

Paulo Núncio, então Secretário de Estado, e conhecido advogado das offshores, depois de sacudir a água do capote, assumiu a responsabilidade política. Mas nem uma palavra dos ministros das finanças da altura. Quanto a Passos, esse deslizou para debaixo da mesa, preocupado em salvar a pele depois da euforia dos SMS. Andava o homem cantando e rindo, quando lhe acontece isto. Não há direito!...

Depois veio a inefável Teodora Cardoso, grande entusiasta da Troika e da política de meter Portugal nos eixos, para afirmar que o défice alcançado em 2016 era um milagre, já que segundo as suas previsões e da sua Instituição deveria ser muito superior. Ora, esta senhora comete dois erros graves. O primeiro é que o Conselho das Finanças Públicas não foi criado para censurar as políticas do governo, mas para acompanhar a implementação do orçamento, votado no Parlamento. Ao extravasar as suas funções, viu o Conselho das Finanças Públicas correr o risco de extinção.

Em segundo lugar, a senhora não percebe que a economia não é só números.

O seu funcionamento ocorre em determinado contexto político e social. Por outras palavras, o clima social, as expetativas dos agentes económicos, a esperança e a confiança explicam o resultado alcançado. De outro modo, como explicar, num ambiente económico adverso, a baixa de desemprego, o aumento das exportações e do investimento? Teodora Cardoso, entusiasta das políticas económicas do anterior governo, desejava que as coisas corressem mal e fez dos desejos previsões.

E, finalmente, uma palavrinha para o impávido Carlos Costa. Foi nomeado para um cargo e depois reconduzido, fundamentalmente para fiscalizar a atividade bancária. Deu garantias públicas de que o setor bancário nacional era sólido e de confiança. Mas segundo a reportagem da SIC, sabia há muito tempo que as coisas não corriam nada bem na banca nacional, mas deixou andar. E agora que dizer aos que perderam as suas poupanças e aos contribuintes que vão suportar as dívidas?

Em vez de se demitir, Carlos Costa vai ao Parlamento, em jeito de Egas Moniz, dar explicações. O senhor não entende que ninguém lhe perdoa e que metaforicamente o vão apedrejar.
Em política, a incompetência e a ineficiência são muitas vezes piores que a corrução.

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