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A escola foi uma das melhores invenções da humanidade

Os bobos

Voz às Escolas

2014-11-26 às 06h00

Luís Monteiro Luís Monteiro

A Humanidade, essa que encontrou para a sua existência, no meio de tantas galáxias, o único planeta conhecido que tem atmosfera e água em estado liquido. As condições necessárias para a vida. O nosso planeta - a Terra. Treze mil milhões de anos depois do universo surgir, nasceu uma espécie única: A humanidade. Inventamos o vidro, que conseguiu criar o fogo, a electricidade, a máquina a vapor, o automóvel, as pontes, o avião e o telemóvel, o cartão de crédito, a internet, os drones e ainda a penicilina a fecundação in vitro, a tomografia, a terapia génica. Esta é a história de todos nós. Somos os únicos, seres, com o poder de triunfar.

A nossa inteligência não tem limites. Mas não nascemos ensinados, diz o povo. E é verdade. Quase que poderia dizer que a descoberta da monda do trigo está para a revolução agrícola, como a escola está para o desenvolvimento do saber para o ser humano.
Neste planeta nunca se investiu tanto na ciência, como no século XX.
Por isso a escola tem este papel tão importante na história da humanidade. De lá se vai buscar o saber, o saber ser e o saber ter. O saber científico, o saber ser uma pessoa educada, sincera e o saber ter boas atitudes, regras e normas sociais.

É neste quadro que se constrói a escola de hoje e de sempre. Nunca foi fácil ensinar, demora o seu tempo, requer trabalho, gosto de ambas as partes (de quem ensina e de quem aprende). E aos poucos, ano após ano o saber da criança vai maturando e só pára se ela quiser. Está na mão dos jovens querem saber mais, estudar mais, acreditar que é no saber que está a sapiência, que é por aí que se fazem os bons profissionais que fazem evoluir e dar qualidade à sociedade onde vivemos.

O homem que inventou o telemóvel, estudou, o homem que inventou o drone estudou, o homem que inventou a lâmpada estudou. E estudar é trabalhar, é sentar numa mesa e ler, exercitar, pensar, questionar e escrever. É não parar. E quanto mais insistimos mais gostamos, porque vemos resultados.

É esta a verdadeira escola - a escola das crianças e dos jovens que lutam contra as suas dificuldades. O aluno é a espécie única que luta pelo saber! Esta é a premissa número um do papel da escola: ensinar aos mais novos a lutarem contra as suas dificuldades e a permitir que sejam homens e mulheres desta humanidade a que pertencemos.

Um dia perguntei a um aluno de 16 anos o que queria ser. E a resposta foi bastante rápida: Quero ser lutador e economista. Lutador de boxe, lutador na vida, lutador pelos seus ideais.
Temos que acreditar nesta luta de forma veemente. É porque é que que temos de acreditar? Ela não é possível? Não é desejável?

O que nos sobressalta? Talvez estejamos a pensar que nos dias que correm em que tudo é efémero, em que a sociedade é meio acinzentada, em que descartamos as crianças e os idosos, em que as relações entre homem e mulher se desmoronam rapidamente.

Acredito que é isto que nos leva a acreditar que lutar é preciso. É isto que nos leva a acreditar na humanidade porque sempre na adversidade lutou. Precisava de comer, ia à caça. Precisava de se aquecer inventou o fogo, precisava de curar as feridas criou a penicilina.
À adversidade temos o condão da resposta e do acreditar.

E é perante este quadro que aparece a segunda premissa do papel da escola: o de ensinar, os mais novos no saber ser, o saber estar, o saber viver, o saber agir e no saber ter.
E é aqui que gostaria de deixar o meu testemunho e a minha maior preocupação. Dizia, Ernest Hemmingway que “são precisos dois anos para aprender a falar e sessenta para aprender a calar”. Para tantos saberes são precisos mais do que dois anos e são precisos todos aqueles que acompanham o crescimento dos jovens.

Uma aula tem sempre presente o professor. O aluno aprende com o professor. Uma casa onde se aprende tantos saberes tem que ter presente o pai, a mãe, a família. É por estes que o “aluno” também vai aprender a lutar contra as suas dificuldades.
Quantas vezes perguntamos aos nossos filhos pelas brincadeiras no recreio? Como se chamam os colegas com quem eles mais brincam? Sabemos sobre o que conversam? Costumamos perguntar-lhes quais são os livros que ele mais gosta da Biblioteca da escola? Como é que ele participa nas actividades da escola?

Os pais não podem separar-se desse lugar como se escola e família fossem dois mundos sem ligação.
Para além dos TPC, há uma infinidade de aprendizagens que devemos continuar em casa, para que se fortaleçam na personalidade dos nossos filhos, para que sejam confirmadas ou rejeitadas consoante correspondam ou não aos valores que cada família defende.

Os filhos têm que exercitar a inteligência, o falar, a leitura. Para isso deixar de lado durante umas horas do dia o telemóvel, ao dormir devem desligar o telemóvel e usar como travesseiro a travesseira, tem que ser mais observadores quando vão na rua, tem que impor a si próprios regras de conduta, de educação, serem alegres e entusiastas na responsabilidade, tem que se interessar pelas coisas boas da vida - as caminhadas, o dialogo com os pais (e estes com os filhos).

Precisam de se orientarem, iniciarem o processo que lhes vai levar à criação do rumo que ambicionam para a sua vida. Terem um ideal de vida. Como diria José Micard Teixeira, “quando somos nós que escolhemos, somos também nós que decidimos aquilo que queremos que continue connosco.”

São estes alguns dos passos em que temos que acreditar para podermos alcançar o sucesso dos resultados escolares e dos resultados pessoais dos nossos jovens.
A humanidade não se esgota neste século, é milenar e vai continuar Muitos foram aqueles que lutaram para termos o que temos e para sermos o que somos. É este o nosso rumo. A escola foi uma das melhores invenções da humanidade.

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